terça-feira, 28 de setembro de 2010

domingo, 26 de setembro de 2010

Do prazer

Ela dormia no sofá quando ele chegou. Estava lá desfalecida, um livro caído sobre o ventre, uma música minimalista enchia todo o ambiente com suavidade. Uma chuva leve era denunciada pelos pingos nos cabelos dele ao chegar.

Ele notou que ela dormia, chegou-se quieto, sem fazer ruído algum. Abaixou-se ao seu lado, retirou o livro que lhe pesava sobre o ventre, era um livro de poesia, colocou-o sobre o chão. Ficou ali parado olhando a dormir, como era linda! Os cabelos louros desalinhados na almofada, a pele alva levemente descorada, os seis pequenos quase aparecendo, pois a camiseta lhe caia os ombros, as coxas fartas deixando-se mostrar na saia rodada de algodão. Ah, como ele a desejava, como ele a amava.

Ela nem se mexia, não havia notado a presença dele ali, ajoelhado ao seu lado, olhando a com um carinho imenso. Ele pensava enquanto acarinhava os cabelos dela: “Será que ela sabe que estou aqui? Será que sonha comigo agora?”.

Largou os cabelos, passeando pelo seu colo, barriga e seios. Deslizava a mão pela sua roupa demoradamente. Ela de repente se mexeu. Acordou-se, quase ia se assustar quando o reconheceu. Ele a beijou demoradamente como que confirmando que realmente era ele, não era sonho dela, não era ilusão.

Ela tão logo notou que o desejo dele por ela, instantaneamente dentro dela acendeu-se uma chama de vontade incontrolável. Ele, como bom observador que era, percebeu e continuou a acariciá-la.

Ela o olhava com amor e excitação enquanto ele passeava por seus seios e beijava-lhe o pescoço. Ela o puxou, lhe deu um beijo quente e uma mordida no pescoço. Ele continuou perdendo-se nela, levantou-lhe a blusa e descobriu seus seios desnudos, róseos e macios; acariciou-os por algum tempo sem pressa como quem faz algo pela última vez. Depois os beijou e lambeu, sugando-os como se fossem o mais doce mel da terra.

Voltou a beijá-la, ela se contorcia de prazer e soltava gemidos abafados pela música da sala. Ele descia pelo seu ventre, ora beijando, ora acariciando, ora mordendo; chegando em pouco tempo as coxas, perdeu-se ali. Apertava com tamanha vontade que a pele dela ficava avermelhada.

Ela o olhava com a feição de criança que quer o doce logo. Ele sabia disso, mas não lhe daria sua recompensa rapidamente. Passava as mãos pelo meio das coxas, ela segurava as mãos dele levando-as até o meio de suas coxas, mas ele desviava. Beijaram-se novamente.

As mãos dele escorregaram pelo meio de suas coxas e ele acariciou-lhe o sexo por cima da calcinha molhada. Ela estava em êxtase, parecia ter sido transportada a outro planeta e a excitação dele aumentava à medida que ela gemia.

Abriu caminho pela calcinha, chegando ao clitóris dela. Ali brincou como criança, ria-se satisfeito ao ver o rosto dela mudar de expressão por conta do prazer. Deixou os dedos passearem, sem pressa. Parou, beijou-a. Faltava pouco para que ela lhe implorasse que continuasse. Ele não continuou. Escorreu o corpo dela até chegar à vagina, tirou a calcinha com a boca e ali deixou cair seus lábios e língua afoitos.

Bebeu do prazer dela, sentiu o calor, deu-lhe prazer inimaginável. Ela contorcia-se mais e mais, gemia, respirava com dificuldade. Ele estremecia de prazer vendo-a quase ter um orgasmo.

Quando ela estava prestes a chegar ao auge, ele escalou seu corpo quente chegando à boca, beijou-a demoradamente, ela lhe arrancou a camisa e boa parte das costas com as unhas. Abriu a calça afoita, sentiu a respiração quente dele no pescoço e sussurros ainda desconhecidos no ouvido.

Beijou-lhe os seios novamente e delicadamente penetrou-a como se fosse virgem. Enquanto sentia o encontro perfeito de seus sexos, beijava-lhe o pescoço, orelhas e colo. Ela lhe abraçava forte – e cada vez mais forte – apertava-lhe os cabelos, puxava-o para perto como se quisesse que ele se fundisse a ela.

Ambos sentiam o prazer crescer junto, multiplicando-se em cada movimento. O suor escorria-lhes a face juntando-se com a saliva e a excitação. Ela gemia, contorcia-se como se fosse de pano, beijava-o e mordia-o. Um gemido conjunto surgiu mais alto que a música que tocava na sala, havia chegado ao orgasmo juntos, naquela mesma velha cumplicidade que sempre tiveram.

Ele caiu desfalecido nos braços dela. Ela ficou docemente lhe afagando os cabelos e beijando-lhe a testa empastada de suor. Ele lhe falava do quanto esperava por esse momento de novo.

Enfim, adormeceram e só as paredes sabem por quanto tempo e se aquilo tudo virou rotina ou voltaria a ser apenas uma lembrança para ambos.