quarta-feira, 24 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vazio

Primeiro veio o vazio. Se instalou ali quietinho naquela órgão que as pessoas quase não usam.  E foi crescendo, alimentando-se daquelas lembranças sem fundamento e do presente sem ter do que. E cresceu todo manso, sem parecer atrapalhar na vida dela.

Mas ele era o vazio e como era de se esperar, tornou-se insustentável. Ela procurou preenche-lo da melhor maneira possível. Andou ruas e esquinas atrás de alguém para preenche-lo e não encontrando, descobriu que boas cervejas e boas risadas com amigos supriam, mas não acabavam com o vazio.

E se querem um bom final feliz, haverão de procurá-lo em outro conto, porque aqui vem o final: ela aprendeu a conviver com o vazio sem parecer tão louca, mas dentro do peito ele lhe consumia dia a dia. Enquanto isso, ela esperava na janela pelo causador de todo o vazio que a devastava, entretanto sem resposta.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Do eterno e sempre amor

Quando seu cheiro – vindo do céu – encosta no meu nariz de novo, milhares de reações são desencadeadas em cada pedaço de mim. Há no seu cheiro algo que me faz ter a sensação de ser completa e para sempre. Qualquer substância ali que me faz pensar em amor pela manhã de beijo morno, amor de lua cheia, amor de desejos pequenos que me fazem grande, amor de corpos cansados e sorridentes.

Maldade é meu nariz ficar sem o seu, já que ele não sabe querer outro. Maldade é o vazio em que bate meu coração, numa nota decadente que nunca chegará a ser canção sozinha. Maldade é acordar sozinha na cama gelada, sem sua respiração – aquela que me arrepia – em minha nuca. Maldade é não ter aquele abraço do meu tamanho, segurança diária que eu precisava pra viver. Maldade é minhas bochechas não ruborizarem mais porque não tem mais  estimulo dos seus olhos parados nos meus. Maldade é essa saudade enorme que eu sinto e que não tem data pra parar de sentir.

Preciso falar que eu sinto sua falta ou a tatuagem com os dizeres nas minhas costas já o bastam?