domingo, 20 de março de 2011

Da calmaria de amar

A calmaria no coração causa estranhamento. Há tempos o coração estava bem, bem de verdade, bem no seu íntimo. Não que não houvesse amor, havia sim, mas estava longe e era tão sincero e simples.

Ela não estava acostumada à essa simplicidade e leveza de amar. Há anos alguns amores lhe pesavam o coração e a mente. Agora não, o amor lhe era sentindo no coração como primeiro raio de sol das manhãs de outono, como aquela brisa gelada do cair da tarde, como primeiro botão de rosa na primavera, como colo de quem se ama.

Agora, ela vivia a cantar com um sorriso grande no rosto como se nada a chateasse. Chateava, claro. Não tinha cheiros nem toques por perto e ela queria acordar e dormir com o cheiro dele, mas não se desesperava. Estava cheia de paciência para esperar o quanto fosse sem dores no peito por isso.