quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Hoje contei os pingos de chuva por puro capricho. Por horas e horas notei o céu cinza que tão logo (e talvez fosse eu que não estivesse prestando atenção) transformou-se em céu azul, com sol amarelo e chuva fina e calma.

Ao iniciar-se essa nova coloração no céu, vi nascer em meu jardim um arco-íris. Não resisti, escalei correndo todo o arco-íris, e ao chegar ao ponto mais alto, escorreguei com as mãos para o alto, fazendo desenhos nas nuvens acima de minha cabeça.

Chegando no final do arco-íris, não encontrei o pote de ouro dos duendes, nem eles eu encontrei. Encontrei um mundo todo feito em nuvens multicoloridas. Lá no alto via-se o sol brilhando e seus raios penetrando cada pedacinho de nuvem com um tom de cor diferente.

Encontrei rosas feitas de nuvens e por muito pouco a curiosidade não me fez destruir algumas ao tentar colhe-las.

Mas o que de mais chocante encontrei foi aquele ser olhando para mim e docemente caminhando em minha direção. CAminhei até ele também. Ao nos encontrarmos nos abraçamos fortemente como quem mata a saudade de um longo tempo separado, deitamos nas nuvens e ficamos olhar a escada em espiral que construía-se até o sol, a visão era maravilhosa, a sensação é de que poderíamos passar o resto de nossas vidas ali, de mãos dadas olhando para o sol.

Porém a alegria não haveria de durar muito. Uma nuvem negra apareceu e acabou em instantes com o lento trabalho da escada em espiral, fechou o sol, tudo escureceu rapidamente. As nuvens onde estávamos deitados se abriram e caímos por muito tempo, tanto que pareceu ser eterno.
Mas tínhamos destino certo - e nem sabíamos -, eu caí de volta à Terra, ele foi-se para um planeta distante.

O destino deixou que nos enamorássemos para depois tirar-nos um do outro com crueldade digna da idade média. E assim desenhou-se a estória trágica, contada por muitos séculos naqueles mesmos desenhos de nuvem e sol que outrora eles dois observavam. Agora estavam separados para sempre.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Fiz um poema pra você. Quente como o raio de sol que me acordou daquele sonho delicioso que tive (com você) naquela noite. O poema não fala sobre o sonho, nem sobre a última vez que lhe vi ou lhe beijei, mas sim, sobre o desejo incontrolável que ficou claro no sonho.

Estranho quando descobrimos através de sonho um desejo escondido ou não declarado. E quão grande é o desejo; desejo da tua carne, da tua pele alva, da tua boca rósea, das tuas palavras nos meus ouvidos, da madrugada esquecendo-nos, de ver o sol nascer deitada nos teus braços.

Mas não vou lhe mostrar o poema, nem o que minha luxúria espera de você. Espero suas palavras iniciais ou terei que esquecer da luxúria, do desejo e do prazer (que ainda não tenho) por enquanto. Apenas creia, não os posso entregar para mais ninguém, são teus e só teus.

Conte-me: gosta de poemas?

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O ano recomeçou cansado de recomeçar. Os mesmos fogos, os mesmos abraços, a mesma chuva, os mesmos desejos, os mesmos encantos, as mesmas tentativas de felicidade.

O ano cansou-se dos mesmos problemas, das mesmas desilusões, dos mesmos (des)amores, das mesmas paixões sem fundamento, dos mesmos sorrisos amarelados, dos mesmos abraços gélidos como a neve, dos mesmos beijos sem carinho, sonhos sem esperança, noites sem companhia, palavras sem cor.

Já não sei mais se foi o ano que cansou-se de mim ou eu dele. Talvez - ao longo dos anos - eu tenha perdido o significado de renovação que tem a passagem de ano. Talvez porque eu me renove diariamente. Talvez porque simbologia não seja minha preferência.

Enfim, brinde de feliz ano novo aos que se renovaram e outro brinde para o mundo que recomeça já cansado.