sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Pro ano novo, só quero fazer uma promessa: quero encontrar o meu amor.

Não, não é um amor. O amor eu já encontrei, agora só falta ter perto.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Ela tentava aprender a viver com o vazio de seu coração. Vazio tão dolorido esse, que fazia sangrar, fazia doer tanto que tudo ficava incomodo.

Lia, estudava, internet, televisão, limpava compulsivamente, comia pra preencher  vazio, dormia, tinha sonhos bonitos da vida como ela era antes de ter o coração em pedaços, acordava, a realidade pesava mais do que nunca, andava como louca dentro das mesmas linhas, saia para a rua, caminhava, corria, nada, nada podia resolver.

O pior de todo vazio de seu coração era que ele não estava assim tão vazio. Tinha sobrado amor, amor enorme e eterno que como uma pedra tomava todo aquele coração. E com o qual, ela já não sabia mais o que fazer. Que é que a gente faz com o amor quando não pode mais senti-lo? Que é que a gente faz com o amor que tem nome de alguém e que esse alguém te pede pra esquecer? E quando o dono do amor ainda ama?

Ela, deitada na cama, olhava para o teto e chorava pedindo uma explicação pro mundo. Mas ou o mundo não lhe daria essa resposta ou ela não conseguia vê-la.

E lá ía ela, levando a vida e aquele seu sorriso amarelo que conquistou empatia de todos. Aquele sorriso que os que não a conheciam verdadeiramente julgavam sincero, dizendo que essa menina nunca sofria, era a pessoa mais feliz e com a vida mais perfeita do mundo. Nunca se abalava, nunca chorava, nunca sofria, sempre tinha tudo na vida perfeitamente organizado, sempre tinha amores bonitos. Ela fingia que era verdade pra não ter que contar o motivo do amarelo do sorriso pros outros e acabar perdendo toda a fama de menina sorridente.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A crônica de Caramelo

Para Mariana, por ser tão querida e dar a sugestão que acabou nessa crônica.
Para Akira, por ter sido tão importante hoje (e em todos os outros dias meus também), por gostar tanto de cachorros e por me fazer rir.
Para Guilherme e Mirian, por apoiarem a idéia.

Os últimos dias estiveram insuportavelmente quentes. Naqueles cantos, após consecutivos dias quentes, diziam todos que sempre chovia.

E aquele dia era o escolhido para o fim do calor insuportável. Lindamente o céu azul turquesa com seus desenhos-nuvens deram lugar a um cinza de nuvens densas de alívio. O sol brincou de esconder e a meia tarde fez-se escura.

Ela estava agitada naquele dia. Após um dia de extrema lentidão e apatia, de uma noite em que os sonhos mais pareciam roteiros de filmes hollywoodianos, ela acordou animada. Nem parou para almoçar, comeu enquanto conversava sobre trabalho naquela escolinha do campo - tão querida por ela.

Voltou ao local original de trabalho (entenda-se: aquele onde ela tem um cantinho pra chamar de seu) na mesma correria, afinal de contas, alguém esperava por ela.

Pediu desculpas ao senhor - que por ser doce como ele só - prontamente aceitou e atendeu-o o mais rápido possível. A chuva aumentou, o senhor estava de moto, por consequência jogaram conversa fora a mercê da chuva.

Mas havia outro alguém a esperá-la e ela já tinha notado. Ele ficava fitando-a de longe e ela se virava de costas de costas para o senhor e perdia-se naquele par de olhinhos brilhantes.

Não resistiu, comentou com o senhor o encantamento. Ela era assim, se não contava o encantamento, ele lhe transbordava os olhos e todos descobriam de qualquer maneira. Aquele pequeno ser tímido, lá longe sorriu com os olhos.

"Que cachorrinho mais lindo! Parece que está com fome e frio." - soltou no ar parecendo não ligar, mas seu coração há muitos minutos já estava lá com o pequeno ser.

O senhor foi embora assim que a chuva o permitiu. Os corredores estavam vazios. Ela certificou-se disso mais uma vez e notando o vazio dali, correu pegar biscoitos para o novo amigo. Ele animou-se com os biscoitinhos de nata. Ela conversava com palavras, ele respondia com o balançar do rabo e os olhos tão doces. Deu-lhe água e os minutos do seu tempo - que dizem ser tão precioso - e ele retribuiu, seguindo a menina por todos os cantos e olhando com a sinceridade de uma criança que agradece um carinho e uma bala.

As horas passaram, o expediente acabou, era a despedida. Com dor no coração, ela explicou que não poderiam seguir juntos. Ele pareceu não entender. O olhar de abandono cortou o coração dela, mas ela lhe prometeu cuidar e encontrar-lhe um lar, caso ele não tivesse um. E ir visitá-lo sempre que possível. Enquanto isso, ele ficaria ali e seria a alegria dos dias dela.

Alguns dizem que pela cor, ela diz que pela doçura dele, que horas depois decidiu chamá-lo de Caramelo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Esperas

Era uma noite bonita como há tempos não se via. A lua laranja e partida no céu como vergamota que se reparte com os amigos - em gomos - em meio a um negrume qual quarto de dormir quando oferece medo.

A menina olhava tudo com precisão. Nenhum movimento das nuvens era demais aos seus olhos. Nenhum. Mas estava deveras parada, como se o belo céu não  lhe fizesse diferença. Que havia com aquela menina não maravilhada com tamanha beleza?

Ela permanecia imóvel, com seus pensamentos em algum lugar de Saturno. Estava vazia ao mundo, alheia a tudo.

Ela pensava em pessoas distantes e em todo amor que sentia por elas, pensava em belos mundos onde pudesse habitar, pensava em girassóis, em arco-iris, em toda a cor que agora não tinha, pensava em braços que a abraçavam como se a proteção de todos os males fosse essa e mais do que a utopia, pensava em conversas de por-do-sol e de acordar a lua.

Mas alguém muito distante resolveu quebrar-lhe o real. Acabou com as conversas de amanhecer e de adormecer e ela ficou ali a esperar.

E há quem diga que nisso ela perdeu o amor. Há quem diga que ela só perdeu a esperança. Há quem diga que ela perdeu o sonho. Há quem diga que ela nunca mais dormiu. Há quem diga que ela espera uma volta. Há quem diga que ela morreu. Há quem diga que ela perdeu.

Mas há quem diga, que desde então, ela amou mais. E de um jeito tão lindo que outro amor nunca mais chegou. Há quem diga que ela chorou, mas ficou a esperar.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Agradecimento

E se eu tivesse algo pra lhes dizer seria: parem de ser tão iguais!

Parem com toda essa auto ajuda cega, parem com essas frases inspiradoras de celebridades que nunca disseram isso, parem de gostar da mesma música e de rir do mesmo filme, parem, parem com esses amores de cinema vãos, parem de sorrir esse amarelo, parem, parem de achar que sofrem mais, parem de achar que deveriam ganhar mais, parem com essas piadas sem graça, parem, parem de idolatrar ídolos vãos, parem com essas crenças sem fundamentos, parem de achar que não são palhaços, parem de viver de pão e circo, parem de ter preguiça de pensar, parem de achar que ser burro é bom negócio, parem, parem de pensar que o sistema já não os engoliu  parem de criticar sem saber a solução, parem  parem de revolta de sofá, parem de ser massa de manobra, parem de contar novelas como quem conta a vida, parem de não procurar um livro, parem de jogar a cuulpa na sociedade, parem de se auto marginalizar, parem, parem de ser preconceituosos (até consigo mesmos), parem de ser tão chatos, parem.

O mundo agradece.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vai levando

Não é uma pedra, nem uma formiga ou qualquer coisa desse tipo - já procurei -, mas existe algo totalmente desconhecido que incomoda.

Algo como uma pedra no meio do coração que o impede de bater compassadamente, algo como uma atmosfera sem oxigênio que quase não me deixa respirar, algo como uma formiga quase invisível caminhando pelo corpo todo e causando tamanho incomodo, algo que traz dores generalizadas sem causa conhecida. É, tem algo aqui que me incomoda profundamente e quase não me deixa pensar, respirar ou sentir.

É uma sensação de que algo - muito grande - vai dar muito errado. De que nada está em seu lugar, de que não estou acertando, de que alguém está sofrendo.

E eu fico tentando achar a causa, tentando me distrair, tentando rir, tentando fingir que o incomodo não existe, tentando achar um lugar agradável em meio a esta selva quente.

Mas nada melhora, nada agrada. Lugar nenhum, nem estar cor de céu, nem este quadrado de paredes brancas e irregulares com mesa cheia de papéis e claridade desumana, nem o conforto do lar.

Talvez colo de seres amados melhorem o desconforto, mas enquanto não tenho, eu vou levando.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Da noite de lua cheia (ou o tanto que eu amo ele)

A noite está deveras bela nesses arredores, sentada no meu canto posso ver a brisa da noite calmamente tocar a copa das mangueiras e mexer em meus cabelos.

A lua, uma gigante amarela, mostra todo seu brilho e beleza, para meu encantamento e dos outros seres, que assim como eu, encontram-se em algum lugar do universo anestesiados por tamanha beleza.

A amante-lua está tão longe, mas ainda assim posso sentir seu toque suave em meu rosto, posso sentir de toda a sua beleza e serenidade. E assim como ela, meu amor, você também está longe e da mesma maneira posso sentir sua presença pela casa. Posso sentir sua mão nos meus cabelos antes de dormir, seu cheiro que já tomou conta do meu nariz, o seu gosto impregnado na minha saliva, sua voz ao rir e ao falar que me ama.

Sei que posso dormir tranquila e serena inundada por essa sensação de bem-estar generalizado causada pelo simples motivo de existir lua e de existir você.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dos dias atuais na cidade que não era bela

Quando o mundo todo perde a cor, como as pessoas podem cobrar um sorriso no meu rosto? Quando todos os amores estão longe, quando nada mais se encaixa, quando o coração não bate no mesmo compasso que o do ambiente, quando a sensação de sufocamento é tão constante que você pensa sinceramente em procurar um médico, é sério que ainda vão me cobrar sorrisos e doçuras?

Os dias parecem ter menos sentido conforme as horas passam, as paredes se fecham em cima de meu corpo já cansado, o ar é rarefeito naquele lugar, as horas não sabem como passar e a cada vez que o telefone toca, o coração quase para de bater.

A cidade não é bonita, nem nunca foi. As árvores aqui são menos verdes, o céu é estranho, as ruas são desiguais, as casas tão sem graça. Nada é belo. Nada me causa afeto. Nada me fará voltar pra cá depois que daqui eu sair. Será adeus, pra sempre.

O céu da cidade está sujo como boa parte dos corações daqui. As pessoas vão e vem vazias como as nuvens que não choverão por muito tempo. E há as que conseguem dar risada, mas são risadas malignas, sorrisos de quem gosta de ver o sofrimento alheio.

Mas só lhes conto: do meu sofrimento, ninguém vai rir muito tempo.

(o texto está tão desconexo quanto os pensamentos que habitam a minha cabeça).

terça-feira, 12 de julho de 2011

Descoberta

-Já acabou?
-O quê?
-Esse pesadelo horrível. Acabou?
-Mas de que pesadelo está falando? Está louco?
-Não. Está tudo fora de seu lugar, tudo está horrível, tudo é feio e cheira mal, nada tem cor, nada parece doce, monstros terríveis batem a minha porta e me ligam. É um pesadelo dos piores que existem e você está dentro dele também, só não sei quem sonha com quem.
-Ó, doce amigo. Isso que você chama de pesadelo, os outros - aqueles mesmos que te chamam de louco - chamam de vida. É assim que o mundo é, é assim que a vida está. Peço-lhe sinceras desculpas por ser eu aquele que te tira da sua loucura e te mostra que você não irá acordar do pesadelo, porque ele é realidade.
-Mas como? Isso não pode ser vida! Eu li certa vez em um livro, um livro bonito, e lá a vida não era assim, era colorida, era bonita, tinha som, cheiro e alegria.
-Poderá talvez ganhar sua cor um dia, mas o que a gente chama de vida por aqui não é isso. As estórias dos livros por muitas vezes mentem pra fazer a gente sorrir um pouco.




Ele sentou-se no canto, fechou os olhos e desejou profundamente que voltasse ao mundo como o livro lhe contou. Mas isso não aconteceu e seus olhos encheram-se de lágrimas para sempre.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Andei por todas as ruas e esquinas procurando a cor que eu perdi. Olhei-me no espelho e me assustei ao não conhecer aquele ser que me olhava de volta sem expressão, sem cor, sem vontade, quase sem alma.

A dor do coração é tão grande que já virou dor física. Doem os dedos perdidos sem toque, doem as pernas que já não sabem pra onde vão, doem os cabelos porque o vento já os abandonou. Sem esperança, sem cheiro de chuva ou de céu, sou engolida por um cotidiano sem sentido e vazio.

Passam horas, dias, meses e nada acontece, além do aumento da dor. As lágrimas já sabem o caminho certo, mas começaram a errar as horas.

De tudo isso - que é tão desconexo quanto esse texto - só ficam duas certezas: não fui feita para o amor e a cidade cansou de mim (ou será que eu cansei dela?).

quinta-feira, 26 de maio de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Mentiras

Olhou no fundo da alma dela pelos olhos e disse como se suspirasse: "Eu não te amo mais". Ela ouviu, mas não absorveu a frase dele - talvez nunca viesse a absorver - continuou imóvel com aqueles grandes olhos dissimulados a fitar o rosto dele.

Ele repetiu as mesmas palavras pausadamente e com convicção. Precisava desesperadamente de uma reação dela, além daqueles olhos secos e da aparente indiferença.

Ela o encarou com doçura e como se fosse a dona do mundo, reposndeu: "Tudo bem. Eu nunca te amei".

Ele, incrédulo, ajoelhou-se aos pés dela em prantos e carregando nas mãos um coração despedaçado, gritando: "Menti, enganei-me, estava louco quando disse que o amor acabou. Sempre te amarei".

Ela soltou as mãos dele das dela que agarravam-se suplicantes, se virou e foi embora sem dizer adeus ou alguma consolo qualquer.

Ele permaneceu no mesmo lugar e chorou como se fosse morrer. Ela, ao virar a esquina, mantinha os olhos secos porque era assim que estava seu coração. E nunca mais chorou porque nunca mais viveu.





terça-feira, 5 de abril de 2011

domingo, 20 de março de 2011

Da calmaria de amar

A calmaria no coração causa estranhamento. Há tempos o coração estava bem, bem de verdade, bem no seu íntimo. Não que não houvesse amor, havia sim, mas estava longe e era tão sincero e simples.

Ela não estava acostumada à essa simplicidade e leveza de amar. Há anos alguns amores lhe pesavam o coração e a mente. Agora não, o amor lhe era sentindo no coração como primeiro raio de sol das manhãs de outono, como aquela brisa gelada do cair da tarde, como primeiro botão de rosa na primavera, como colo de quem se ama.

Agora, ela vivia a cantar com um sorriso grande no rosto como se nada a chateasse. Chateava, claro. Não tinha cheiros nem toques por perto e ela queria acordar e dormir com o cheiro dele, mas não se desesperava. Estava cheia de paciência para esperar o quanto fosse sem dores no peito por isso.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Passado

De tanto apegar-se no passado, ela não conseguia viver o presente. Não sabia o que era o presente, não tinha um presente. Só sabia de amores do passado e das lembranças mais vivas que as labaredas de fogo que esses amores tinham.

Vivia sonhando pelos cantos, com sorriso bobo no canto da boca, com cara-de-outro-mundo. Quase não reclamava de não ter um amor neste tempo, provavelmente a coitadinha - tão perdida em sonhos vãos - não havia notado tamanha solidão em que se encontrava.

Solidão de dar dó a quem a via pela janela do quarto com pingos da chuva no rosto. Passava horas ali não sabe-se fazendo o que, mas sempre só. E na rua, era assim que a viam também. Era só, sempre. Esta era a sua condição.

Quis se libertar do passado certa vez. Chorou, fez rebelião na rua, prometeu esquecer o passado - mesmo aquelas lembranças mais doce que ela tanto amava -, prometeu arrumar um novo amor, falou em colocar aliança no dedo, fez birra, aguentou forte, tentou, apaixonou-se, comparou o presente com o passado, fraquejou, tentou arrumar forças, não conseguiu, largou a paixão de lado, voltou-se para o seu passado.

Deve ser sina, deve ser maldição, deve ser desesperador passar os dias na pele dela.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Primeiro dia

É o primeiro dia. Primeiro dia das mesmas sensações. Primeiro dia da mesma desesperança. Primeiro dia do mesmo sonho eterno. Primeiro de todos os dias que não veio me ver. Primeiro dia de um novo ano com o mesmo desamor.

Desamor porque não está perto. Desamor porque não ama mais. Ou ama, mas não tem coragem. Mas mente falando pra mim, adorela, você também ama mas não tem coragem.

Feliz ano novo! Brinde ao meu ex-eterno-amor-desamado.