terça-feira, 16 de agosto de 2011

Da noite de lua cheia (ou o tanto que eu amo ele)

A noite está deveras bela nesses arredores, sentada no meu canto posso ver a brisa da noite calmamente tocar a copa das mangueiras e mexer em meus cabelos.

A lua, uma gigante amarela, mostra todo seu brilho e beleza, para meu encantamento e dos outros seres, que assim como eu, encontram-se em algum lugar do universo anestesiados por tamanha beleza.

A amante-lua está tão longe, mas ainda assim posso sentir seu toque suave em meu rosto, posso sentir de toda a sua beleza e serenidade. E assim como ela, meu amor, você também está longe e da mesma maneira posso sentir sua presença pela casa. Posso sentir sua mão nos meus cabelos antes de dormir, seu cheiro que já tomou conta do meu nariz, o seu gosto impregnado na minha saliva, sua voz ao rir e ao falar que me ama.

Sei que posso dormir tranquila e serena inundada por essa sensação de bem-estar generalizado causada pelo simples motivo de existir lua e de existir você.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dos dias atuais na cidade que não era bela

Quando o mundo todo perde a cor, como as pessoas podem cobrar um sorriso no meu rosto? Quando todos os amores estão longe, quando nada mais se encaixa, quando o coração não bate no mesmo compasso que o do ambiente, quando a sensação de sufocamento é tão constante que você pensa sinceramente em procurar um médico, é sério que ainda vão me cobrar sorrisos e doçuras?

Os dias parecem ter menos sentido conforme as horas passam, as paredes se fecham em cima de meu corpo já cansado, o ar é rarefeito naquele lugar, as horas não sabem como passar e a cada vez que o telefone toca, o coração quase para de bater.

A cidade não é bonita, nem nunca foi. As árvores aqui são menos verdes, o céu é estranho, as ruas são desiguais, as casas tão sem graça. Nada é belo. Nada me causa afeto. Nada me fará voltar pra cá depois que daqui eu sair. Será adeus, pra sempre.

O céu da cidade está sujo como boa parte dos corações daqui. As pessoas vão e vem vazias como as nuvens que não choverão por muito tempo. E há as que conseguem dar risada, mas são risadas malignas, sorrisos de quem gosta de ver o sofrimento alheio.

Mas só lhes conto: do meu sofrimento, ninguém vai rir muito tempo.

(o texto está tão desconexo quanto os pensamentos que habitam a minha cabeça).