quarta-feira, 3 de junho de 2009

Lembranças espalhadas no jardim, amores espalhados no coração

Espalhei lembranças. Fotos por todo o quintal. Cheiros por todos os céus. Sentimentos escondidos por toda a terra. Sonhos por todo o jardim.


Mas o coração não espalhei. Permanece guardado entre os papéis no quarto. Pois ele só deixo na mão de quem pode cuidar bem dele. E nisso de entregar meu coração à quem pode, nunca tive arrependimentos.


Existem dias em que temos que admitir que os dias felizes ao lado de alguém são só lembranças. Sonhar ter a pessoa de volta é pedir para decepcionar-se. As pessoas mudam e também as conjecturas. Assim o que era lindo e mágico pode ser insípido e indiferente. Só as lembranças não mudam. Continuam felizes como o dia em que as vivemos.


Largo é o sorriso ao recordar-me de pessoas, coisas, céus, cheiros, parques, sorvetes, noites, amores, amizades, dias lentos, cervejas, sorrisos, colos, carinhos no cabelo, ósculos, aventuras intermináveis, viagens imaginárias ou não, planos construídos, vontades imediatas, abraços quentes, filmes chorosos, loucuras, elevadores.


Quantas recordações cabem num só coração? Quantas estrelas mais eu conhecerei? Me alegrarei por isso? Quantas mais pessoas eu chamarei de amor? Quantos mais dias frios serão memoráveis?


Espero que todas as recordações, as estrelas, as alegrias, os amores, os dias frios.

Amores, quero os novos! Não que os velhos não possam-se reciclar e ser novos novamente. O velho que não vira novo, definha. Acaba-se lentamente, vira amizade, vira ódio, vira quase nada. Reciclar amores é revivê-los em seu auge. Reciclar os velhos amores é tê-los novamente, mais fortes, mais quentes, mais amores.


As pessoas viram lembranças no dia em que se tornam monótonas e delas não há mais nada de novo que se descobrir. E é bem nesse ponto que devem virar lembranças para não correrem o risco de serem, então, odiadas e perdidas as boas recordações. Não quero recordações iguais de pessoas que agora são diferentes.


Amizades, quando demais grandes, correm sério risco de transformarem-se em amor. E se isso acontecer? Aproveita-se! As recordações de amigo serão armazenadas, belas e leves e inicia-se um novo amor que terá no futuro novas recordações. Bem assim que deve ser!


Um brinde as recordações. Um brinde aos velhos-novos amores. Um brinde aos amigos-amores. Um brinde a quem não era imaginado e hoje é amor. Um brinde ao amor de longe. Um brinde ao amor que é esperado. Um brinde aos sonhos que somei aos seus. Um brinde e outro brinde.

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