segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vazio

Primeiro veio o vazio. Se instalou ali quietinho naquela órgão que as pessoas quase não usam.  E foi crescendo, alimentando-se daquelas lembranças sem fundamento e do presente sem ter do que. E cresceu todo manso, sem parecer atrapalhar na vida dela.

Mas ele era o vazio e como era de se esperar, tornou-se insustentável. Ela procurou preenche-lo da melhor maneira possível. Andou ruas e esquinas atrás de alguém para preenche-lo e não encontrando, descobriu que boas cervejas e boas risadas com amigos supriam, mas não acabavam com o vazio.

E se querem um bom final feliz, haverão de procurá-lo em outro conto, porque aqui vem o final: ela aprendeu a conviver com o vazio sem parecer tão louca, mas dentro do peito ele lhe consumia dia a dia. Enquanto isso, ela esperava na janela pelo causador de todo o vazio que a devastava, entretanto sem resposta.

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