quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sobre as pequeninas coisas da vida

A vida é um emaranhado de pequeninas coisas acontecendo concomitantemente. Pequeninas coisas que acabam tornando-se grandes e definindo quem somos frente a própria vida.

A gente pode escolher em qual destas coisas vai se apegar para definir a cor do dia. Tem dias que as coisas tristes pesam mais, é natural - deve ser, já que acontece com todo mundo aparentemente. Em outros são as coisas felizes que pesam e nesses dias o sorriso é largo e prega-se nos lábios durante todo o dia, até terminar na hora de dormir e acordar ou não no dia seguinte.

Algumas pessoas mentem só ter coisinhas boas na vida. Mas não há como. O que existe é apenas a escolha de qual vai pesar mais. Entretanto, o coração dia após dia vai enchendo-se e por mais que a gente tente disfarçar que ele não está se enchendo das coisas triste, uma hora ou outra ele pesa tanto que o sorriso amarela, as lágrimas escorrem escondidas, o aperto é visível ao mundo - mesmo se você for um bom ator.

Aliás, atuação é algo necessário na vida prática já que o mundo não tem culpa das coisas tristes e ruins que acumularam-se no seu coração. Nem da sua felicidade repentina seguida de vontade de virar a mesa, jogar tudo pro alto e partir caminhando e cantando. Ser adulto é saber manter a neutralidade com o mundo mesmo quando o peito explode em alegrias ou em sangue e lágrimas.

A trilha sonora guia-se pela cor do dia e sábios conhecedores de mim dizem como eu estou sem titubear, mesmo quando eu finjo ser a alegria estampada na pele. Ah, mas que bobagem! Todos temos o direito de emburrar, de chorar, de gritar pro mundo que o peito dói e que a gente nem sabe porquê. Todos podemos contar os nossos problemas enumerados, a solidão que corrói os sentimentos bons. Todos temos o direito de sofrer, entretanto, ninguém tem o direito de transformar o seu sofrimento em arma para fazer sofrer.

A gente tem que aprender a lidar com a solidão devoradora de sentimentos e transformá-la em aliada na descoberta de quem somos e de porque ainda teimamos em criar mais as coisas tristes dentro de nós. Todos podemos e devemos consolar, mas as vezes o consolo vem de nós mesmos e das palavras que jogamos ao vento e deveríamos ter guardado para nós. Às vezes a solução não há e se não há, acostumemo-nos a viver com as pequeninas coisas tristes que nos rodeiam e que elas sejam leves e úteis. Apenas.

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