sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Abri os olhos lentamente. Um raio de sol cegou-me por instantes. Era o primeiro e meus olhos estavam acostumados ao negrume da noite. O céu estava azul, tão, mas tão azul. Ainda sentia a ponta do nariz gelada pelo frio do quarto, mas as mãos já notavam o calor crescente da manhã.

Dia novo. Novo dia de aula (da vida). Novas alegrias, novos sorrisos, novas lágrimas, novas dores e obstáculos, novo céu, novo cheiro. As novidades que acompanham cada alvorecer acabam por marejar meus olhos em lágrimas.

As folhas com brandura dançam a nova dançam do vento, maestro hábil e dedicado. O vento canta, o vento comanda, o vento faz voar, o vento faz sonhar. Chego até a pensar (e quase ter certeza) de que o vento é o próprio mensageiro de Deus. Em sua sutileza o vento vem anunciando aos pequenos e medrosos seres humanos que Deus olha por eles mesmo que eles não olhem mais por Deus.

E assim, na simplicidade do alvorecer termino mais uma prece e começo mais um dia, desses que sabe-se como começam, mas jamais que surpresas (boas ou ruins) aparecerão com o passar das horas até a noite.

Logo, sem que o mundo (inclusive eu) tome conhecimento já será uma nova madrugada e cá estarei novamente frente a mesma tela com a mente fervilhando pensamentos, palavras, idéias. Pouco a pouco esvaziarei minha mente até que ela seja nula de pensamentos, nula de cor, nula de tudo e só exista o que é eterno.

Já dizia Cecília Meireles, querida minha:
O vento do meu espírito
soprou sobre a vida.
E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que és eterno...

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