sábado, 2 de junho de 2012

Coração depedaça(n)do

Ela sentiu o coração despedaçar, cada pedaço caia ao chão seco de tristeza. Sentiu a voz ficando fina e falha. Não queria chorar, não queria mais chorar pelo mesmo motivo, não queria mais ter esse motivo, não queria mais ter coração. Mas as lágrimas escorriam-lhe o rosto sem que ela pudesse evitar. Quentes, queimavam os olhos, bochechas e pescoço. Acabavam de queimar o resto de coração que se despedaçava em velocidade ainda maior agora.

Sentiu o ar ficando falho e, não fossem as pessoas que ainda eram importantes e moravam naquele coração em frangalhos, teria desejado não mais respirar. Porém, não era tão covarde assim a esse ponto. Não queria fugir de nada e ao mesmo tempo queria fugir de tudo.

Sonhava com aquele velho mundo bonito no qual sempre se escondia, só que dessa vez, parecia que as portas estavam fechadas. Tinha que ter sonho e coração para entrar no mundo encantado e nesse momento, seu coração estava ao seus pés e os sonhos tinham todos morrido por falta de cor.

Secou as lágrimas, esboçou um sorriso. Não conseguiu. Tamanha falsidade não era de seu feitio. Procurou distração em vão. Pensou em dormir, não conseguiu. Quis gritar, não tinha voz nenhuma. Quis conforto, não tinha.

Lembrou que tinha que continuar vivendo. Seca ou não. Dolorida ou não. Sem sorriso ou com. A vida ainda estava ali na sua frente e os seus queridos, ainda precisavam de tudo que agora não tinha. Precisava ser forte, precisava ser alegra, precisava rápido.

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