domingo, 21 de março de 2010

Deixei-me cair suave e lentamente na cama desarrumada. O calor do dia enfastiou-me até os pensamentos. E a noite não me reservou nada de tão extraordinário.

Ali, do jeito que caí, permaneci a olhar para o teto, enquanto a doce melodia de Bob Dylan me fazia pensar em terras mais distantes que essa. Terras além do meu jardim, além do meu céu, além do meu ser.

E o que quero eu com terras distantes? Descobrir um novo sentimento ou um novo sol. Quero é pessoas que estão em terras distantes. Mas talvez essas terras nem existam além do meu mundo imaginário.

Como saber o que é real e o que é imaginário quando o cérebro mal funciona de tanto cansaço? Como saber por quê as pessoas que estão em outras terras me encantam mais do que estas?

O melhor seria pegar no sono logo, mas ele não vem. A mente ainda quer pensar mais, quer imaginar até conseguir desenhar cada detalhe de seu corpo nu com a realidade de conseguir tocá-lo. Mas as lembranças são antigas e isso não acontece. Não consigo mais sentir seu corpo, nem suas mãos na minha nuca, nem o gosto de sua boca.

Estranho, aí estão coisas que imaginei nunca parar de sentir. Lutei tanto para que isso acontecesse e agora descobri que era isso que mantinha meu coração cheio. Agora ele está vazio e escuro. E meus dedos não sabem mais o caminho que devem tomar para viver sem você.

Fato é que as estrelas que queimam no meu quarto são desejos de ter seu corpo no meu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário