quinta-feira, 11 de março de 2010

Ah, o abandono. Abandono deste blog, abandono do corpo cansado sobre a cama, abandono do amor que não se deve ter, abandono dos cabelos para o vento do alvorecer.

Deixei-me abandonada e tão logo o mundo me abandonou. Abandonou-me de suas garras, de seus laços, de suas cores.

Corro os dias sozinha, sem pensar em muito além do trabalho, da alimentação e de todos aqueles números que eu já decorei. Sozinha, abandonada, deitada na cama olhando as estrelas que não tem no meu teto branco-dia e negro-noite.

Não posso mentir que se estivesse comigo, seria só nos seus braços que eu me abandonaria do mundo. Seria no teu colo que abandonaria meus problemas e no seu sexo, abandonaria minhas tensões diárias.

Deixa eu me abandonar na água que escorre dos seus olhos.

Vem, que eu perco meu tempo com você.

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