quinta-feira, 18 de março de 2010

Desliguei o relógio. Quis desligar os ouvidos e a mente, porém não tive sucesso. As pessoas falavam, faziam barulinhos que me atormentaram pelo tempo que não sei.

Todas aquelas palavras decoradas, tudo aquilo que eu já sei e que não preciso ouvir novamente. Tudo acontecia ao meu redor e eu queria estar longe, pensando noutras coisas. Mas era obrigação - brindes que acompanham o cargo público - estar ali naquele lugar e ouvir atentamente pois minha opinião poderia ser cobrada a qualquer momento, poderiam duvidar do meu trabalho.

De fato isso aconteceu, estive atenta, defendi meu trabalho, defendi aquilo que as pessoas já sabiam, mas acham ainda que você tem que fazer uma mágica para que funcione. Pronto: Está feita a mágica, agora todas as crianças comem frutas e verduras. Agora o repasse para a alimentação escolar dobrou. Agora a pobre da nutricionista vai arcar do próprio bolso o que faltar para a merenda. Ê, viva a utopia.

A minha parte, eu faço. Faço com amor, com desvelo, faço porque gosto e ponto. E ah, ninguém lembra - fingem esquecer - de que estou no trabalho há apenas quinze dias, ninguém revoluciona nada neste tempo. Não há como resolver problemas antigos em tão pouco tempo.

Amanhã é um novo dia e muito trabalho existe para ser feito. Arregaço as mangas da camisa, dou minha cara a tapa e os ouvidos a críticas (mas já aviso, só escuto as construtivas) e vou lutar para a alimentação das crianças ser - pelo menos em horário de aula - um pouco mais saudável.

E que assim seja.

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