quarta-feira, 17 de março de 2010

Hoje acordei de mal jeito. Talvez porque não dormi deveras ou pelo menos meu sono não cumpriu o seu dever: dormi sem repousar, sem que a mente parece de trabalhar.

Acordei com mil pensamentos mastigados da noite e nada digerido. Tão logo os pensamentos - que não deveriam existir - noturnos misturaram-se com propósito aos pensamentos do dia. E quente como o sol minha cabeça trabalhou e trabalha ainda.

Poderia apenas pensar no trabalho, mas só ele não me satisfaz. Poderia só pensar no mundo, mas o que faria com as responsabilidades? Poderia só pensar no amor, mas para isso, precisaria ainda estar dormindo.

Ao acordar, a primeira percepção foi a de não ter percepção nenhuma sobre o dia nascente. Cansada de tanto pensar quando deveria sonhar com o impossível ou permanecer dormindo sem pensamentos.

E lá passou-se o dia, escorrendo como lágrimas que tentamos segurar. Ora rápido, quando eu implorei pra ser devagar. Ora lento, quando eu implorei que o relógio corresse.

Somos todos servos de um tempo que não liga para nossos sonhos, pensamentos ou vontades. Não liga para a responsabilidade, nem para a diversão. Escravos de um tempo que conta como quer, que zomba de nós por capricho.

Mais do que escrava do tempo, sou escrava dos meus próprios pensamentos que fazem de mim o que bem querem, sem me deixar descansar. E ainda, sou escrava de um coração que amou uma vez e acha que é pra sempre.

Só me falta fazê-lo acreditar no fim das coisas. E conseguir amarrá-lo toda vez que ele quiser ficar olhando pela janela esperando você voltar (certeza dele).

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