quarta-feira, 24 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Vazio
Mas ele era o vazio e como era de se esperar, tornou-se insustentável. Ela procurou preenche-lo da melhor maneira possível. Andou ruas e esquinas atrás de alguém para preenche-lo e não encontrando, descobriu que boas cervejas e boas risadas com amigos supriam, mas não acabavam com o vazio.
E se querem um bom final feliz, haverão de procurá-lo em outro conto, porque aqui vem o final: ela aprendeu a conviver com o vazio sem parecer tão louca, mas dentro do peito ele lhe consumia dia a dia. Enquanto isso, ela esperava na janela pelo causador de todo o vazio que a devastava, entretanto sem resposta.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Do eterno e sempre amor
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
domingo, 26 de setembro de 2010
Do prazer
Ele notou que ela dormia, chegou-se quieto, sem fazer ruído algum. Abaixou-se ao seu lado, retirou o livro que lhe pesava sobre o ventre, era um livro de poesia, colocou-o sobre o chão. Ficou ali parado olhando a dormir, como era linda! Os cabelos louros desalinhados na almofada, a pele alva levemente descorada, os seis pequenos quase aparecendo, pois a camiseta lhe caia os ombros, as coxas fartas deixando-se mostrar na saia rodada de algodão. Ah, como ele a desejava, como ele a amava.
Ela nem se mexia, não havia notado a presença dele ali, ajoelhado ao seu lado, olhando a com um carinho imenso. Ele pensava enquanto acarinhava os cabelos dela: “Será que ela sabe que estou aqui? Será que sonha comigo agora?”.
Largou os cabelos, passeando pelo seu colo, barriga e seios. Deslizava a mão pela sua roupa demoradamente. Ela de repente se mexeu. Acordou-se, quase ia se assustar quando o reconheceu. Ele a beijou demoradamente como que confirmando que realmente era ele, não era sonho dela, não era ilusão.
Ela tão logo notou que o desejo dele por ela, instantaneamente dentro dela acendeu-se uma chama de vontade incontrolável. Ele, como bom observador que era, percebeu e continuou a acariciá-la.
Ela o olhava com amor e excitação enquanto ele passeava por seus seios e beijava-lhe o pescoço. Ela o puxou, lhe deu um beijo quente e uma mordida no pescoço. Ele continuou perdendo-se nela, levantou-lhe a blusa e descobriu seus seios desnudos, róseos e macios; acariciou-os por algum tempo sem pressa como quem faz algo pela última vez. Depois os beijou e lambeu, sugando-os como se fossem o mais doce mel da terra.
Voltou a beijá-la, ela se contorcia de prazer e soltava gemidos abafados pela música da sala. Ele descia pelo seu ventre, ora beijando, ora acariciando, ora mordendo; chegando em pouco tempo as coxas, perdeu-se ali. Apertava com tamanha vontade que a pele dela ficava avermelhada.
Ela o olhava com a feição de criança que quer o doce logo. Ele sabia disso, mas não lhe daria sua recompensa rapidamente. Passava as mãos pelo meio das coxas, ela segurava as mãos dele levando-as até o meio de suas coxas, mas ele desviava. Beijaram-se novamente.
As mãos dele escorregaram pelo meio de suas coxas e ele acariciou-lhe o sexo por cima da calcinha molhada. Ela estava em êxtase, parecia ter sido transportada a outro planeta e a excitação dele aumentava à medida que ela gemia.
Abriu caminho pela calcinha, chegando ao clitóris dela. Ali brincou como criança, ria-se satisfeito ao ver o rosto dela mudar de expressão por conta do prazer. Deixou os dedos passearem, sem pressa. Parou, beijou-a. Faltava pouco para que ela lhe implorasse que continuasse. Ele não continuou. Escorreu o corpo dela até chegar à vagina, tirou a calcinha com a boca e ali deixou cair seus lábios e língua afoitos.
Bebeu do prazer dela, sentiu o calor, deu-lhe prazer inimaginável. Ela contorcia-se mais e mais, gemia, respirava com dificuldade. Ele estremecia de prazer vendo-a quase ter um orgasmo.
Quando ela estava prestes a chegar ao auge, ele escalou seu corpo quente chegando à boca, beijou-a demoradamente, ela lhe arrancou a camisa e boa parte das costas com as unhas. Abriu a calça afoita, sentiu a respiração quente dele no pescoço e sussurros ainda desconhecidos no ouvido.
Beijou-lhe os seios novamente e delicadamente penetrou-a como se fosse virgem. Enquanto sentia o encontro perfeito de seus sexos, beijava-lhe o pescoço, orelhas e colo. Ela lhe abraçava forte – e cada vez mais forte – apertava-lhe os cabelos, puxava-o para perto como se quisesse que ele se fundisse a ela.
Ambos sentiam o prazer crescer junto, multiplicando-se em cada movimento. O suor escorria-lhes a face juntando-se com a saliva e a excitação. Ela gemia, contorcia-se como se fosse de pano, beijava-o e mordia-o. Um gemido conjunto surgiu mais alto que a música que tocava na sala, havia chegado ao orgasmo juntos, naquela mesma velha cumplicidade que sempre tiveram.
Ele caiu desfalecido nos braços dela. Ela ficou docemente lhe afagando os cabelos e beijando-lhe a testa empastada de suor. Ele lhe falava do quanto esperava por esse momento de novo.
Enfim, adormeceram e só as paredes sabem por quanto tempo e se aquilo tudo virou rotina ou voltaria a ser apenas uma lembrança para ambos.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Do fim
Ele olhou a cena atentamente. Quis correr, mas os pés estavam imóveis. Quis abraçá-la, mas os braços não alcançavam. Acendeu um cigarro e observou. Olhou os cabelos nas costas dela desgrenhados. A blusa desarrumada, colocada às pressas. Sentiu que a ponta do cigarro aceso queimava-lhe o coração. Sentiu pena. Sentiu dor. Sentiu nojo de si mesmo.
Ela saiu andando lentamente. Trazia o coração dilacerado no peito. Não pensou. Quisera nunca ter amado. Pensou em acabar com a vida. Sentou-se num bar. Bebeu. Chorou como criança que perdeu-se dos pais no circo. Paralizou-se de medo da vida sem ele. Mas não ía voltar. Nunca.
Ele observou a porta sendo fechada. Observou o vazio que tomou a casa de repente. Sentou-se no chão. Acariciou o pêlo do cachorro com desdém. Pensou em sair pra procurá-la. Desistiu em seguida. Sentou-se no chão. Chorou por horas. O coração tinha a dor mais lancinante que já havia sentido. Não ía mais amar. Nunca.
E isso não era uma maldição jogada sobre os dois. Era apenas orgulho de ambos. E o amor, assim, definhará aos poucos, até nunca mais existir.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Viagem antropológica
De um lado, estávamos eu e minha amiga, velhas órfãs do rock e dos barzinhos com gente "esquisita" e das noites de chorinho e bossa nova e das noites no teatro. Ambas sentadas, escoradas na mesa, aquela velha cara de quem está deslocada do mundo, os cabelos já desgrenhados, o cigarro aceso soltando fumaça no ar em forma de desenhos mal definidos, meu copo de plástico com cerveja, o dela com conhaque presidente e coca-cola. Conversávamos sobre coisas quaisquer e fazíamos uma análise da situação, isso depois de muito falar das nossas desilusões amorosas, venturas e desventuras, dos amores de longe e blá blá blá.
Do outro lado, duas meninas também sentadas alegremente conversavam, eram diferentes e isso era notável. As roupas eram diferentes, o sorriso não era amarelo, tinham os copos cheios provavelmente de cerveja (a luz no local era fraca), riam sem preocupar-se com nada, cantavam com a banda, dançavam, mostravam-se para os garotos.
Elas estavam no seu lugar com as suas pessoas, nós éramos duas estranhas no ninho tentando não chamar atenção.
Da viagem antropológica ficou a sensação de que eles vivem melhor do que a gente. Uma coisa ficou mais clara do que nunca: a ignorância é uma dádiva. Quisera eu não preocupar-me com as próximas eleições também, mas para quem saiu da ignorância nunca mais é possível retornar. Fato é que a diversidade é algo que encanta.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Poema do dia
Tomei café. Amargo.
O sol sorriu pra mim.
Senti saudade sua.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
- É, faço-lhe dormir com todo amor que tenho, mas assim que pegar no sono, partirei e não sei quando regresso.
- Certo! Ficarei acordada durante toda a noite. Terei os olhos pesados e cansados pela manhã, mas lhe terei ao meu lado.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Uma coisa pra você, meu bem: seu lugar na minha cama ainda está guardado.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
As coisas acontecem tão rápido e tão junto que, caso esteja mais desapercebida, nem noto aquela formiga carregando o grão de açúcar, nem escuto quando me sussurra a distância no ouvido coisas de me deixar vermelha, nem vejo aquele belo céu cor-de-rosa de final de tarde, nem sinto seu beijo tímido na minha nuca.
Parando, pensando, sentindo, sem respirar. Vou ficar bem quita pra aproveitar os pequenos prazeres mundanos.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
E você continua longe. Alguém me explica agora? Como é que se acorda com lembranças nunca vividas? Como é que se sente saudade de alguém cujo cheiro meu nariz desconhece?
Acordei tão bem, estou tão bem e aquele sorriso bobo fica pregado na minha boca o tempo todo.
Só queria chegar em casa e te encontrar ainda adormecido na cama. Acordar-te com um beijo e perder o restante do dia ali com você.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
quinta-feira, 6 de maio de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
sábado, 27 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
quarta-feira, 17 de março de 2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
Deixei-me abandonada e tão logo o mundo me abandonou. Abandonou-me de suas garras, de seus laços, de suas cores.
Corro os dias sozinha, sem pensar em muito além do trabalho, da alimentação e de todos aqueles números que eu já decorei. Sozinha, abandonada, deitada na cama olhando as estrelas que não tem no meu teto branco-dia e negro-noite.
Não posso mentir que se estivesse comigo, seria só nos seus braços que eu me abandonaria do mundo. Seria no teu colo que abandonaria meus problemas e no seu sexo, abandonaria minhas tensões diárias.
Deixa eu me abandonar na água que escorre dos seus olhos.
Vem, que eu perco meu tempo com você.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Devemos ter pecado muito em outras vidas tamanha a maldade para ambos que é nos manter separados. E pior, poderíamos nem sequer nos conhecermos, mas não, nos conhecemos e como era de se esperar nos apaixonamos tão logo. Então chegou o senhor de todas as escolhas e nos separou, escolha minha e sua, erro nosso e voltar atrás já não era mais possível.
Essa noite não venha visitar-me em sonho. Não quero ter um motivo maior para continuar te amando, te querendo, te desejando desesperadamente.
Durma em paz que eu farei o mesmo, farei preces para que tenha boa noite. E um dia - e esse dia chegará - estaremos juntos, como nunca deveria ter mudado.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
O carnaval despede-se do povo todo deixando confete e serpentina espalhados no chão da rua e lembranças na mente dos foliões, tanto nos que de fato "fizeram folia" quanto esses como eu.
Amanhã haverá de amanhecer novamente. O mundo de ressaca, o céu à vomitar nauseado de vulgaridades e futilidades. A pobre terra toda suja, toda pisoteada. Mas que se vá tudo mesmo, já é tarde.
Será que ao próximo amanhecer terei novamente seu cheiro pelo quarto? Enfim, venha me visitar, mesmo que em sonho de carnaval.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Assustei-me. O coração tão logo bateu em disparate. Mas não, não roubaram a moto. Roubaram só o meu sossego, no lugar encontrei uma caixinha cheia de desassossego e incoerências.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
O vento do meu espíritosoprou sobre a vida.E tudo que era efêmerose desfez.E ficaste só tu, que és eterno...
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Estranho quando descobrimos através de sonho um desejo escondido ou não declarado. E quão grande é o desejo; desejo da tua carne, da tua pele alva, da tua boca rósea, das tuas palavras nos meus ouvidos, da madrugada esquecendo-nos, de ver o sol nascer deitada nos teus braços.
Mas não vou lhe mostrar o poema, nem o que minha luxúria espera de você. Espero suas palavras iniciais ou terei que esquecer da luxúria, do desejo e do prazer (que ainda não tenho) por enquanto. Apenas creia, não os posso entregar para mais ninguém, são teus e só teus.
Conte-me: gosta de poemas?
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
O ano cansou-se dos mesmos problemas, das mesmas desilusões, dos mesmos (des)amores, das mesmas paixões sem fundamento, dos mesmos sorrisos amarelados, dos mesmos abraços gélidos como a neve, dos mesmos beijos sem carinho, sonhos sem esperança, noites sem companhia, palavras sem cor.
Já não sei mais se foi o ano que cansou-se de mim ou eu dele. Talvez - ao longo dos anos - eu tenha perdido o significado de renovação que tem a passagem de ano. Talvez porque eu me renove diariamente. Talvez porque simbologia não seja minha preferência.
Enfim, brinde de feliz ano novo aos que se renovaram e outro brinde para o mundo que recomeça já cansado.